O seminário “Nós nas Bibliotecas”, realizado em Torres Novas (Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes) a 3 e 4 de outubro de 2014; foi uma excelente e profícua ocasião para refletir sobre temáticas nucleares que se colocam à educação, às escolas, às bibliotecas escolares, aos professores e, por inerência, aos professores bibliotecários.
Na qualidade de professor bibliotecário (ES Cacilhas-Tejo), interessava-me, à partida, que a articulação entre a excelência dos oradores convidados, a pertinência das temáticas previstas e os desafios que diariamente me confronto - efetivamente, “estamos a viver tempos de revolução” (Manuela Silva, RBE); proporcionassem momentos de reflexão, de partilha de ideias geradoras de pensamento crítico e de “consciência crítica” de caminhos já trilhados.
Na qualidade de professor bibliotecário (ES Cacilhas-Tejo), interessava-me, à partida, que a articulação entre a excelência dos oradores convidados, a pertinência das temáticas previstas e os desafios que diariamente me confronto - efetivamente, “estamos a viver tempos de revolução” (Manuela Silva, RBE); proporcionassem momentos de reflexão, de partilha de ideias geradoras de pensamento crítico e de “consciência crítica” de caminhos já trilhados.
Nós - os protagonistas
Nós - em rede
Nós - os problemas a resolver
Revelou três áreas de reflexão sobre a biblioteca escolar da ES Cacilhas-Tejo (BECRE) e sobre os diferentes papéis do professor bibliotecário:
1. O professor-bibliotecário enquanto “soldado na linha da frente da civilização! “ (José Pacheco Pereira) que deve procurar “habitar na dúvida” (Jorge do Ó).
No atual contexto de “permanente revolução digital”, como professor bibliotecário, enquanto “soldado na linha da frente da civilização“ o professor bibliotecário enfrenta três grandes desafios:
* o processo de “apagamento da memória pré-digital” – bem evidente nas estatísticas de utilização diária da BECRE, com primazia para a Área Internet;
* a frágil e pontual consciência da necessidade de validar criticamente o que é “visível/comunicado pelos media” ou que “está na Internet” – com repercussões na qualidade dos trabalhos escolares produzidos (seleção e tratamento da informação), razão de queixa dos professores e de procura de ajuda por alguns alunos.
* a frágil e pontual consciência de a tecnologia ser apenas um mero instrumento e não a “realidade/fim em si mesmo” – desvalorizando-se, em contexto de trabalho escolar, o processo de conceção/execução em favor do produto final, frequentemente pouco criativo e pessoal.
Desde 2009, a BECRE possui uma estratégia de interação físico/virtual, analógico-suporte livro/digital, através da articulação entre blogue (BECRE XXI, disponível em http://becrexxi.blogspot.pt/), rede social (FACEBOOK/Biblioteca da ES Cacilhas-Tejo, disponível em https://www.facebook.com/becrexxi) e Exposições Bibliográficas, realizadas em área específica da BECRE; pela mobilização de diferentes tipos de recursos (do fundo documental ou de coleção externa) para atividades de iniciativa própria ou de professores/alunos; ou em sessões de exploração, por parte de novos alunos/adultos, dos espaços da biblioteca, das suas áreas e serviços e do seu fundo documental.
As intervenções de Pacheco Pereira e Jorge do Ó reforçaram a minha perceção sobre este processo marcadamente ideológico. Permanece a dúvida sobre como ultrapassar o presente retrocesso civilizacional que constitui a “desvalorização do valor simbólico da educação” (José Pacheco Pereira) e do seu valor social. Este retrocesso evidencia-se no triunfo da “reprodução controlada” em detrimento da criatividade como fruto da curiosidade. Ter consciência desse retrocesso e combatê-lo é um dever de um professor bibliotecário.
... continua ...
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