Uma das grandes apostas da BECRE desde 2009 tem sido a comunicação com os seus utilizadores, quer fisicamente nas instalações da biblioteca quer na Internet, via endereço eletrónico (para marcações de recursos/espaços/atividades e geral), acedendo ao blogue e/ou à página oficial na rede social Facebook.
O atendimento aos utilizadores é feito por assistentes com formação, existe uma equipa de professores colaboradores que apoiam diretamente os alunos e existe um clima favorável ao trabalho e à aprendizagem. O afeto e a entreajuda são vivenciados diariamente. A ligação à comunidade local , percecionada como de importância base (Denis Hickel, oficina “Eco literacia”), é potenciada com a existência da Área “O Farol” (associação cívica local) junto à dupla estante “Fundo Local”. A própria biblioteca tem impacto local, valorizado pelo facto da escola oferecer cursos em regime de ensino noturno e por ter, no passado, colaborado com o então Centro Novas Oportunidades de Cacilhas.
Ultimamente, a BECRE tem sentido os efeitos da “desvalorização do valor simbólico da educação” (José Pacheco Pereira): o caso de Évora (Cláudia Sousa Pereira) é igualmente paradigmático.
Ultimamente, a BECRE tem sentido os efeitos da “desvalorização do valor simbólico da educação” (José Pacheco Pereira): o caso de Évora (Cláudia Sousa Pereira) é igualmente paradigmático.
São evidências do “valor social” da educação e da biblioteca escolar, testemunhos de descoberta da poesia (“O prazer de ler”, 2009-2013), da escrita (Blogue, 2009-2013) ou do fascínio pela arte. Será importante o regresso do ex-aluno autor da identidade visual e da sinalética da BECRE e o seu Encontro com alunos dos cursos de arte. Ou o do jovem advogado e ex-aluno da escola, autor de um primeiro livro de poesia…
Tal como Bruno Eiras (RBM Oeiras) e Helena Caetano (RBM Torres Novas) mas à escala e com as especificidades de uma biblioteca escolar, a BECRE reconhece a existência dos seus “papéis sociais” e os seus profissionais enfrentam constantemente a sensação de, potencialmente, poderem “ir mais além”, a partir de um reconhecimento pela comunidade mas igualmente dos obstáculos em a mobilizar de forma mais consistente. O reforço da identidade da biblioteca escolar e a comunicação vão seguramente ser reforçados a partir da intervenção de Paulo Leitão, cujo mérito foi clarificar de forma radical os equívocos que os bibliotecários cometem neste âmbito: a normalização de como é comunicada a informação é uma prioridade sob atenção e o reforço da identidade da BECRE é estratégica.
A oficina “Eco literacia” de Denis Hickel apresentou um diagnóstico preocupante do desequilíbrio entre os recursos naturais e o consumo humano, na lógica de uma sociedade carbono dependente; e propôs uma conceção ecológica do mundo, do lugar da pessoa humana, de escola e de intervenção pedagógica.
O reforço do sentido de comunidade (local) – uma biblioteca escolar pode estimulá-lo – e da consciência da interligação inerente de indivíduos, comunidades, sistemas – recusando a “Era da Separação” (Denis Hickel); também responde à pergunta inicial de Pacheco Pereira:
“Estará na biblioteca a resposta para os males do mundo?”
Seguramente que poderá ser a biblioteca o local para a informação, a interrogação, a pesquisa, a construção de soluções e alternativas e … o reforço da consciência ecológica e da noção de comunidade, no tempo e no espaço.
Como disse Denis Hickel, o léxico ecológico é constituído por “palavras e ideias” e a sua perceção, “ajuda as pessoas a viver com elas”. Sempre pareceu aos professores bibliotecários que a biblioteca poderia ser “uma espécie de paraíso”. E por isso mesmo todos sabem que apenas estão...
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