O conceito de Escola Inclusiva assenta no respeito pelas diferenças, na igualdade de oportunidades e numa educação de qualidade para todos.
Não é possível exigir que todos os alunos aprendam da mesma maneira, nem que se utilize a mesma metodologia de ensino ou o mesmo tipo de atividades para uma grande variedade de estilos e ritmos de aprendizagem. Compete à escola, através de uma pedagogia centrada na criança (Declaração de Salamanca, 1994), educar com sucesso estas crianças e jovens, incluindo aquelas que apresentam incapacidades graves. Perante a grande diversidade da população escolar, torna-se imperioso repensar o currículo para que a aprendizagem, realmente, ocorra com níveis satisfatórios para todos e a escola não contribua para agravar os níveis de exclusão social. Importa assim, repensar o currículo escolar em torno de alguns vetores de mudança, de que se destacam:
• A necessidade de diferenciação das propostas curriculares articuladas em torno de metas comuns;
• O enfoque na aquisição de níveis desejáveis de competências nos diferentes domínios de aprendizagem;
• A persistência nas práticas curriculares com referentes e contextos significativos para todos os que frequentam a escola;
• A reconstrução do currículo como projeto específico de cada escola, apropriado pelos seus atores e gestores, substituindo-se o discurso da norma pelo discurso da contextualidade, (Roldão,1999).
De facto, só através de um currículo, aberto e flexível, que permita aos professores fazer as adequações necessárias que vão ao encontro das aprendizagens consideradas socialmente significativas e relevantes para uma dada população e para cada um, individualmente, é que poderá fazer sentido e assim os alunos reconhecerem a sua utilidade.
A gestão do currículo de forma flexível permite que sejam feitas diversas adaptações/modificações do programa oficial, para os alunos em geral e para os alunos com necessidades educativas especiais em particular, tendo em conta tudo aquilo que o aluno consegue realizar em sala de aula, com os seus pares, considerando que a diferenciação pode facilitar o acesso ao currículo comum, e portanto, a aquisição das competências finais de ciclo de escolaridade. Em suma, os processos de diferenciação curricular têm como finalidade melhorar a qualidade do ensino, diferenciando formas de intervenção e percursos de aprendizagem.
Custódia Cunha
(professora de educação especial)
0 comentários
Enviar um comentário